Não há, nunca houve
Europa, no sentido que esta palavra tem em diplomacia. Há hoje um grande pinhal
de Azambuja, onde rondam meliantes cobertos de ferro que se odeiam uns aos
outros, tremem uns dos outros, e, por um acordo tácito, permitem que cada um
por seu turno se adiante – e assalte algum pobre diabo que vegeta ou trabalha
ao canto do seu cerrado. (...) A Europa, como os campos de corridas em
Inglaterra, devia estar coberta destes avisos em letras gordas:
Bewareofpick-pokets! (Cautela com os salteadores!)
Eça de Queirós, Cartas de
Inglaterra (1905)