Procuro
o livro. O livro que me falta. Sei que existe. Não pergunto ao livreiro se o
tem. Quero e tenho de o encontrar sozinho. Não sei o título em nenhuma língua.
(…) Quando o encontrar, e sei que um dia isso obviamente acontecerá,
construirei sobre ele a minha casa, a minha justiça não só minha, a minha
revelação definitiva e talvez circular, e poderei então morrer, as flores secas
do tabaco semeadas entre as páginas.
Jorge
Listopad, “Quatro Estações e Outono”