sexta-feira, outubro 08, 2010

Anjos!


Quando o homem se lançou do último
vidoeiro do paraíso
Deus evitou que se despenhasse.

Trazia ainda no cabelo
já solto pelo vento
reflexos de muito ouro,
mas não sabia que tinha umas asas.

E Deus falou: ficas sem asas
o que não lhe tirou a serventia.
E deitou-lhas
no poço atónito dos olhos.
António Cabral, “Bodas Selvagens”

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