Escrever,
ou é um exercício memorial, com flores e paisagens, algo autodidacta, como
faziam as damas suecas do século XIX, ou como a avozinha Moisés, uma síntese de
boa educação, forma de apagar a personalidade e deixar boa impressão aos netos;
ou não é.
Para mim
não é. Por isso irrito o meu público e mesmo os leitores de pouca dura que me
encontram num artigo ou numa entrevista de jornal.
Francamente
– porque pensam que eu escrevo? Para incomodar o maior número possível de
pessoas, com o máximo de inteligência. Por narcisismo, que é um facto
civilizador.
Agustina
Bessa-Luís, “Contemplação Carinhosa da Angústia”
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