sábado, agosto 06, 2016

Escrever

Escrever, ou é um exercício memorial, com flores e paisagens, algo autodidacta, como faziam as damas suecas do século XIX, ou como a avozinha Moisés, uma síntese de boa educação, forma de apagar a personalidade e deixar boa impressão aos netos; ou não é.
Para mim não é. Por isso irrito o meu público e mesmo os leitores de pouca dura que me encontram num artigo ou numa entrevista de jornal.
Francamente – porque pensam que eu escrevo? Para incomodar o maior número possível de pessoas, com o máximo de inteligência. Por narcisismo, que é um facto civilizador.
Agustina Bessa-Luís, “Contemplação Carinhosa da Angústia”


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