A ignorância em que
os lusitanos viviam em meados do século era quase comparável à dos seus
vizinhos marroquinos, a sul do Golfo dos Algarves. Nos distritos setentrionais
– Viana, Braga, Bragança – uma moça que soubesse ler era um autêntico fenómeno.
Contudo, é verdade que estes portugueses sem instrução – à diferença de tantos
labregos do norte da Europa, rudes apesar de quase letrados – sabem debater com
moderação, falar com elegância e mesmo improvisar versos sem que falte o metro,
a censura e a autêntica poesia.
Élisée Reclus, “As Terras e
as Gentes da Galiza e Portugal na Nova Geografia Universal”
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