(...) um exemplo da natureza (de que também Deus é o Autor) excelentemente notado por Santo Isidoro Pelusiota. “Não vedes” (diz ele) “o ordem, a harmonia, e o compasso, com que a natureza distribui os tempos aos frutos da terra, e os mesmos frutos aos tempos? O Janeiro, e o Fevereiro, deu-os às sementeiras, e às raízes; o Março, e o Abril às flores; o Maio , e o Junho aos frutos temporãos; o Julho, e o Agosto à sega, e ao trigo; o Setembro, e o Outubro às vindimas; e o Novembro, e o Dezembro aos frutos serôdios, e mais duros. E porque repartiu assim a natureza os meses, uns frios, outros temperados, outros calmosos, e não quis que os frutos crescessem, amadurecessem, e viessem sazonados, todos juntamente?” Nam si cuncta confestim ad vigorem suum pervenirent, profecto agricolae industria ab temporis brevitatem in angustias veniret. [“Já que, se tudo amadurecesse ao mesmo tempo, decerto o trabalho do lavrador, pela estreiteza do tempo, ficaria em grande aperto”.] “A razão é” (responde o Santo) “porque se os frutos viessem todos juntos, afogar-se-ia a indústria dos lavradores, e impedindo-se uns aos outros, seria maior a perda, que a colheita”.
Citações... Acontece em leituras deparar com a frase perfeita, ou um pensamento elaborado tal qual o sentimos e gostaríamos de escrever, ou o espanto da descoberta de um conceito com o qual passamos a concordar plenamente, ou de uma ideia marcada pela incongruência do tempo, etc! É disso que se trata este blog. Não irei escrever nada de meu mas irei citar (apropriar-me) o que é de outros e que a outros pertence.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário