Deus quis que o
islão fosse uma religião mas os homens quiseram fazer dele uma política. A
religião é geral, universal, totalizante. A política é parcial, tribal.
Restringir a religião à política é confiná-la a um domínio estreito, a uma
colectividade, região e momento preciso. A religião eleva o homem para o que
ele pode dar de melhor, a política tende a despertar os instintos mais vis.
Fazer política em nome da religião é transformar esta última em guerras
intermináveis e em divisões partidárias sem fim, é reduzir os objectivos às
posições procuradas e aos ganhos esperados. Por estas razões, a politização do
religioso ou a sacralização do político só podem ser factos de espíritos mal
intencionados e perversos, a não ser que sejam ignorantes. Uma e outra acabam
por fundamentar na religião o oportunismo e a cobiça, por encontrar
justificações corânicas para a injustiça, por rodear a delinquência de uma aura
de fé, e por fazer passar por um acto de guerra santa o sangue injustamente
derramado”.
Muhhamad Said
al-Ashmawy, “L’Islamisme contre l’Islam”
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