sábado, dezembro 28, 2013

Islão & Política



Deus quis que o islão fosse uma religião mas os homens quiseram fazer dele uma política. A religião é geral, universal, totalizante. A política é parcial, tribal. Restringir a religião à política é confiná-la a um domínio estreito, a uma colectividade, região e momento preciso. A religião eleva o homem para o que ele pode dar de melhor, a política tende a despertar os instintos mais vis. Fazer política em nome da religião é transformar esta última em guerras intermináveis e em divisões partidárias sem fim, é reduzir os objectivos às posições procuradas e aos ganhos esperados. Por estas razões, a politização do religioso ou a sacralização do político só podem ser factos de espíritos mal intencionados e perversos, a não ser que sejam ignorantes. Uma e outra acabam por fundamentar na religião o oportunismo e a cobiça, por encontrar justificações corânicas para a injustiça, por rodear a delinquência de uma aura de fé, e por fazer passar por um acto de guerra santa o sangue injustamente derramado”.
Muhhamad Said al-Ashmawy, “L’Islamisme contre l’Islam”

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