como saberão os cegos da morte? se não vêem desaparecer as paredes da casa, os retratos dos amigos, os vasos da erva-da-fortuna, de anémonas e de margaridas, na varanda, pelo semicerrado das portadas? em que outro escuro se tornará a sua escuridão? talvez só ouçam a distância a formar-se absoluta nos sons que desaparecem.
Rui Nunes, “Grito”
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