terça-feira, agosto 17, 2010

Às alma nas encruzilhadas

Acho muito razoável a crença céltica de que as almas daqueles que perdemos estão cativas em algum ser inferior, num animal, num vegetal, numa coisa inanimada, efectivamente perdidas para nós até ao dia, que para muitos não chega nunca, em que acontece passarmos juntos da árvore, ou entrar na posse do objecto que é a sua prisão. Então eles estremecem, chamam por nós e, mal as reconhecemos, quebra-se o encanto. Libertadas para nós, venceram a morte e tornam a viver connosco.
Marcel Proust, “Em Busca do Tempo Perdido / Do Lado de Swann”

Sem comentários: