sexta-feira, outubro 21, 2011

Dolorosas infâmias...


As revoluções não são factos que se aplaudam ou que se condenem. Havia nisso o mesmo absurdo que em aplaudir ou condenar as evoluções do Sol. São factos fatais. Têm de vir. De cada vez que vêm é sinal de que o homem vai alcançar mais uma liberdade, mais um direito, mais uma felicidade.
Decerto que os horrores da revolução são medonhos, decerto que tudo o que é vital nas sociedades, a família, o trabalho, a educação, sofrem dolorosamente com a passagem dessa trovoada humana. Mas as misérias que se sofrem com as opressões, com os maus regimes, com as tiranias, são maiores ainda. (...)
As desgraças das revoluções são dolorosas fatalidades, as desgraças dos maus governos são dolorosas infâmias»
Eça de Queirós, in “Distrito de Évora”, 1867

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