Todos os anos são
consumidas dois mil milhões de toneladas de metal, sobretudo ferro (1,7 mil
milhões de toneladas). O equivalente a 200 mil Torres Eiffel por ano! Ou seja,
mais de 500 por dia. É como se cada francês consumisse 70 kg de metal por dia!
Agnès Rousseaux, sítio
Bastamag
Citações... Acontece em leituras deparar com a frase perfeita, ou um pensamento elaborado tal qual o sentimos e gostaríamos de escrever, ou o espanto da descoberta de um conceito com o qual passamos a concordar plenamente, ou de uma ideia marcada pela incongruência do tempo, etc! É disso que se trata este blog. Não irei escrever nada de meu mas irei citar (apropriar-me) o que é de outros e que a outros pertence.
sábado, dezembro 22, 2012
sábado, dezembro 15, 2012
Roupa para lavar
Como a tarde
começava a refrescar, ela pôs-se a desdobrar a roupa que estava empilhada em camadas
alternadas com cinzas e camas de folhas cozidas, que ela retirava com uma
colher de pau.
- São precisas
cinzas bem peneiradas, muito finas. Nada de carvão, claro: sarmentos, cascas e
caruma de pinheiro. Para lavar. As ervas são o loureiro, o funcho, a hortelã
verde e o limão cortado, que às vezes deixa umas marcas amarelas, mas não há
nada melhor para desinfectar. Agora vou estender tudo isto na relva, por detrás
das cameleiras. Hoje é noite de lua cheia que, para tirar as nódoas, é melhor
do que o sol.
Suzanne Chantal,
“Ervamoira”
quinta-feira, dezembro 06, 2012
A palavra e eu, apaixonadamente
Era minha amiga,
íntima paca. Eu fazia o que queria com ela, pelo simples fato que deixava ela
fazer o que queria comigo. Foi vindo e indo, a coisa. Um dia percebemos que
estávamos apaixonados, a palavra e eu. Que eu podia procriar nela: e ela deixava.
Era uma arma de fazer coisas quase indizíveis. Se chamava, acho, precisão.
Juntos, ela e eu, nos colocamos a serviço das coisas tão essenciais, que nos
doíam. Pelo supremo orgulho de ninguém nos entender e à nossa comunhão. E aí
nos sentámos e escrevemos, com precisão científica, vendo como queríamos, como
ía o mundo, no exato ponto ótico em que vivíamos...
Millôr Fernandes, “Flávia,
cabeça, tronco e membros”
quarta-feira, dezembro 05, 2012
Tudo são homens
Vila Nova, 18 de Março de 1936 – «Cavam de sol a sol, comem um caldo, mas
são felizes. Não têm preocupações...»
Ouço isto na cidade
e meto-me no comboio, indignado. Que estupidez! Como se o problema da
quadratura do círculo fosse maior do que o problema de saber se chove ou não
chove no dia sementeira. Que vale um boi, no café? Em termos de pura dor –
nada. Pois digo que nunca vi ninguém sofrer tanto como o meu vizinho a quem
morreu um esta noite.
Sei a resposta: que
quem sofre por uma ideia bebe, digamos, o sofrimento na sua forma mais pura.
Que me importa a mim! Tudo
são homens. E ao cabo, ao cabo, tanto pesa uma arroba de terra, como uma arroba
de filosofia.Miguel Torga, “Diário I”
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