Eu compreendo o
pessimismo de certos homens superiores e o seu desdém pela opinião das
maiorias. Compreendo a misantropia de certas criaturas dotadas de superioridade
intelectual ou moral. (...) As maiorias são a mediocridade, o tipo médio de uma
dada época. O homem superior sendo o esboço, o embrião, a síntese individual,
de uma época futura, não pode furtar-se de quando em quando pelo menos, a um
sentimento de desprezo pelos homens, pela massa comum da humanidade, pelas
maiorias em suma. A
razão das maiorias é uma força conservadora, a razão dos homens superiores é uma
força criadora. (...)
O direito dos
homens superiores, das minorias criadoras, inteligentes e cultas, é proclamar a
verdade. O direito das maiorias é discuti-la e valorizá-la pela resistência.
(...)
No futuro triunfam
sempre as minorias; a minoria progressiva nas sociedades que avançam e vivem, a
minoria regressiva nas sociedades que recuam e morrem.
Manuel Laranjeira, «Os
Homens Superiores na Selecção Social», A Águia (1.X.1910)
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