domingo, janeiro 24, 2016

Madame Bovary, c’est moi

Que sensação deliciosa é escrever, não estar concentrado em si, mas circular por toda a criação de que falamos. Hoje, por exemplo, senti-me homem e mulher juntos, amante e amada sucessivamente, passeei a cavalo por uma floresta, numa tarde de outono, sobre um tapete de folhas amarelas. E eu era os cavalos, as folhas, o vento, as palavras que eles trocavam, e o sol vermelho que os fazia cerrar levemente as pálpebras sob o peso do amor.
carta de Flaubert a Louise, 23 de dezembro de 1853


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