quinta-feira, janeiro 05, 2012

Para os estádios do mundo inteiro...

Mão-de-obra

Mohammed Ashraf não vai à escola.
Do romper do dia ao erguer da lua, talha, recorta, perfura, monta e cose as bolas de futebol que saem da aldeia paquistanesa de Umarkot e rolam para os estádios do mundo inteiro.
Mohammed tem onze anos. Executa este trabalho desde os cinco.
Se soubesse ler, e se soubesse ler inglês, compreenderia o que está escrito nas etiquetas que coloca em cada uma das suas obras: “Esta bola não foi fabricada por crianças”.
Eduardo Galeano, “Les Voix du temps”, Lux, Montreal, 2011 – tradução de Júlio Henriques [Le Monde Diplomatique – edição portuguesa n.º 62, Dezembro 2011]

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