A ideia de que a Europa, ou os ocidentais, eram simplesmente os culpados e os africanos vítimas é uma simplificação abusiva e moralista da História. Em África, vive-se uma cumplicidade que sempre existiu entre os que exploravam, os que roubavam recursos, a partir de fora, e os que eram coniventes com isso, de dentro. Essa opressão sempre foi feita a duas mãos. E o que acontece hoje com algumas elites africanas é a continuação desse percursos. Obviamente esta leitura não interressa a essas elites. Convém-lhes fazer renascer essa exaltação de África como um continente único, com laços de unidade que são mais inventados do que reais.Mia Couto, em entrevista (13 Maio 2006)
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